quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A Fita Branca (2009)


"Um vilarejo protestante no norte da Alemanha, em 1913, às vésperas da Primeira Guerra Mundial. A história de crianças e adolescentes de um coral dirigido pelo professor primário do vilarejo e suas famílias: o barão, o reitor, o pastor, o médico, a parteira, os camponeses. Estranhos acidentes começam a acontecer e tomam aos poucos o caráter de um ritual punitivo. O que se esconde por trás desses acontecimentos?"

No ápice de sua carreira Michael Haneke fatura nada mais que a Palma de Ouro em Cannes, melhor filme, melhor roteiro e melhor direção no prêmio Cinema Europeu e o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, além da indicação ao Oscar 2010 de melhor filme estrangeiro. Merecido todos esses prêmios? Mais do que merecido. "A Fita Branca" é com certeza o filme do ano de 2010. Sempre explorando as mentes perturbadas Haneke resolver expandir e explorar as sociedades perturbadas, resolveu explorar a origem do mal. E nenhum outro período histórico melhor para fazer isso do que o Nazismo, ou melhor a Alemanha pré-nazimos, aonde se encontra o "Ovo da Serpente". Mas Michael sempre deixa bem claro que não é um filme sobre a origem do Nazismo mas sim sobre a origem de todo o mal, ele só usou esta época como exemplo. Em "A Fita Branca" Haneke consegue misturar cinema cult com uma empolgante narrativa. Os estranhos acontecimentos no pequeno vilarejo escondem grandes críticas a sociedade alemã. O filme explora a educação que as crianças
, sombriamente interpretadas, são submetidas. E ninguém melhor para falar sobre o filme que o propio diretor. Abaixo uma pequena entrevista feita pelo site da mosca com Haneke:

“Não ficaria feliz se esse filme fosse visto como um filme sobre um problema alemão, sobre o nazismo. Este é um exemplo, mas significa mais que isso. É um filme sobre as raízes do mal. É sobre um grupo de crianças, que são doutrinadas com alguns ideais e se tornam juízes dos outros – justamente daqueles que empurraram aquela ideologia goela abaixo deles. Se você constrói uma idéia de uma forma absoluta, ela vira uma ideologia. E isso ajuda àqueles que não têm possibilidade alguma de se defender de seguir essa ideologia como uma forma de escapar da própria miséria. E este não é um problema só do fascismo da direita. Também vale para o fascismo da esquerda e para o fascismo religioso. Você poderia fazer o mesmo filme – de uma forma totalmente diferente, é claro – sobre os islâmicos de hoje. Sempre há alguém em uma situação de grande aflição que vê a oportunidade, através da ideologia, para se vingar, se livrar do sofrimento e consertar a vida. Em nome de uma idéia bonita você pode virar um assassino.”

Portanto um filme forte, crítico, sombrio e pessimista ao melhor estilo Michael haneke.

IMDB: 7.8
******
10/10
Trailer youtube
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@rafael_pegado

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